terça-feira, 10 de abril de 2012

Justificativa


Ao buscar um diagnostico da realidade educacional brasileira, observa-se um modelo vigente pautado, essencialmente, na pedagogia da palavra, centrado no discurso constituído pela “verbosidade alienada e alienante”, como define Paulo Freire, e no repasse da informação, que adquire um caráter acumulativo. Percebe-se uma educação antidialógica, interessada em garantir a contradição educador-educando, mantida pela relação vertical estabelecida, onde o estudante é retirado do seu processo histórico e não mais entende-se como sujeito desse. Encontra-se o interesse na homogeneidade, na cultura da massificação. Normas rígidas e inflexíveis também limitam professor e aluno e o enfoque não mais encontra-se na preparação para a vida, mas nas exigências requeridas pelo mercado de trabalho.

Entretanto, por acreditar em ambiente escolar capaz de posicionar-se como possuidor de um papel essencial no processo de transformação social, devido a capacidade de potencializar o pensamento crítico e suscitar o desenvolvimento do individuo em sua totalidade, além de “defendemos a educação como formação do humano que se dá como processo de gestação da autonomia do pensamento, da ação e da palavra. Do pensamento, na medida em que leva a pensar por si mesmo de acordo com princípios racionais e a revelia das coações externas, dogmas, mitos, ignorâncias, alienações, etc. Da ação, na medida em que capacita para a realização dos projetos que o homem se propõe livremente. Da palavra, na medida em que na nossa sociedade existimos pela palavra, por isso, para que alguém seja autônomo precisa aprender a dizer a sua palavra.” (Zatti, 2007)
encontramos na educação democrático-popular a contingência de perpetuar novos paradigmas educacionais.

Compreendendo tal didática como um processo político-pedagógico e pautando a Física, assim como a valorização da cultura popular e consciência coletiva, como ferramentas, objetiva-se a convergência do modelo de educação tradicional. Buscamos, desta forma, como afirma Paulo Freire, “contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo.A escola em que se pensa, em que se cria, em que se fala, em que se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida".


Referência:

A Pedagogia do oprimido – Paulo Freire

AUTONOMIA E EDUCAÇÃO EM IMMANUEL KANT E PAULO FREIRE - VICENTE ZATTI (Porto Alegre, 2007)

 

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